Chocolate, mocinho ou vilão?


A Páscoa está chegando e as prateleiras dos mercados estão lotadas de chocolate. Em forma de bombom, ovo, coelho, barra e até sapato, os chocolates chamam a atenção do consumidor ora pela suas embalagens e formas, ora pelo simples desejo de consumi-lo.

Apesar de ser apreciado pela maioria das pessoas, os chocolates são temidos por quem quer manter a forma. Mas será que este alimento é tão prejudicial assim para a silhueta?
 
A resposta é: depende. O chocolate é um alimento produzido através da mistura de derivados do cacau: massa de cacau (pasta ou liquor), cacau em pó e/ou manteiga de cacau com outros ingredientes.
 
O chocolate branco é composto por no mínimo 20% de manteiga de cacau, leite e açúcar. É o mais calórico dos chocolates.
 
O chocolate ao leite é composto por 30 a 45% de massa de cacau, além de ter em sua composição o açúcar, a manteiga de cacau e o leite em pó. Tem um sabor mais suave do que os chocolates mais escuros.
 
O chocolate diet tem a composição similar ao do chocolate ao leite, porém em vez do açúcar leva adoçante na sua composição. Apesar de não levar açúcar tem um teor maior de gorduras, por isso se você pretende utilizá-lo na dieta, cuidado!!
 
O chocolate meio amargo é composto por 50 a 65% de massa cacau, além de ter em sua composição o açúcar (menor quantidade do que no chocolate ao leite) e a manteiga de cacau.
 
Já o chocolate amargo, é composto por 70% de massa de cacau, pouquissímo açúcar e não contém leite, o que o torna menos deletério quando se trata da silhueta e mais benéfico quando pensamos em saúde.
 
Por ser rico em flavonóides o chocolate, principalmete o amargo, se consumido com moderação pode melhorar a saúde cardiovascular, reduzindo os danos causados pela oxidação do LDL, a agregação plaquetária, e atuando como agente vasoativo promovendo um fluxo de sangue adequado ao coração.
 
Agora que você já conhece os tipos de chocolate, faça a melhor escolha e consuma com moderação.
 
Boa Páscoa a todos!!!!
 
Referências bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Legislação. VisaLegis. Resolução RDC n.264, de 22 de setembro de 2005. Aprova Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Chocolate e Chocolate Branco. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/5e63cd804745929d9afede3fbc4c6735/RDC_264_2005.pdf?MOD=AJPERES>Acesso em: 15/03/2013.

SCHMITZ, H. H. Chocolate, flavonoids and heart health. Manuf. Confect. Glen Rock, v.81, n.9, p.95-99, 2001

WANG, J. F.; SCHRAMM, D. D.; HOLT, R. R.; ENSUNSA, J. L.; FRAGA, C. C.; SCHMITZ, H. H.; KEEN, C. L. A dose-response effect from chocolate consumption on plasma epicatechin and oxidative damage. J. Nutr. Bethesda, v.130, p.2115S-2119S, 2000.

Como aproveitar melhor o carnaval

Para você que adora o carnaval, desfila em escolas de samba, participa de todas as bandas, e vai para o clube curtir a folia, a alimentação é primordial para lhe dar a energia necessária.

Algumas dicas são importantes para que o cansaço não chegue e você aguente o pique até a quarta-feira de cinzas:

  • Antes de sair para a folia consuma alimentos  ricos em carboidratos preferencialmente complexos (pães, massas, aveia, granola, biscoitos....), pois eles irão garantir que você tenha energia durante a festa.
  • Coma frutas, verduras e legumes, que além de saudáveis, são leves, fornecem a quantidade de vitaminas e minerais necessárias para a sua saúde e contribuem para a sua energia.
  • Evite alimentos gordurosos (frituras, frios, embutidos, frango com pele, queijo amarelo....) pois eles dificultam a digestão, causando indisposição e cansaço.
  • Se você for se alimentar na rua, preste atenção nas condições de higiene do local e evite consumir alimentos novos (que você não está habituado).
  • Não fique muitas horas sem se alimentar. Se possível leve com você uma  fruta, uma barra de cereal, algo que seja fácil de transportar e que não estrague devido ao tempo.
  • Não esqueça da hidratação. Beba bastante água ou suco de frutas naturais, antes, durante e depois da festa para repor o liquido perdido pelo suor.
  • Não exagere no consumo de bebidas alcoólicas, elas causam desidratação, ressaca, dores de cabeça e náuseas, além do conter bastante caloria (7 Kcal / ml)
Aproveite o carnaval mas não esqueça da sua saúde.
Boa folia!!!

Suplementos a base de carboidratos (Parte I)

O consumo adequado de carboidratos é essencial para que o esportista tenha um bom desempenho durante os treinos e provas.
Estudos demonstram que o consumo deste nutriente durante a prática do exercício físico prolongado (superior a 1 hora) evita hipoglicemia, depleção do glicogênio e fadiga, melhorando assim a performance.
De acordo com a Diretriz Brasileira de Medicina do Esporte (2009), e a American Dietetic Association (2009) em provas longas deve-se consumir entre 30 e 60 gramas de carboidrato para cada hora de exercício praticado (o valor ideal de ingestão de carboidrato para cada pessoa e o tempo em que este deve ser reposto irá depender do tipo de exercício, intensidade, sexo, e condições ambientais).
Os suplementos a base de carboidratos por serem de fácil transporte e terem na sua composição minerais, proteínas e vitaminas (alguns) são uma boa opção para serem utilizados durante a prática esportiva.
A escolha destes suplementos vai depender de cada um, ou seja, eles devem ser testados durante o treino para que o esportista verifique qual apresenta melhor digestibilidade, e não lhe cause nenhum desconforto gastrointestinal. 
Para facilitar a escolha, em termos de composição nutricional, irei descrever, na primeira parte deste post, os géis disponíveis no mercado com a sua composição nutricional e algumas outras informações.
Lembrando que, o consumo dos géis de carboidrato devem ser acompanhados de água (200 ml aproximadamente), e não de bebidas esportivas, pois estas já contém carboidratos, e o consumo do gel + bebida esportiva pode causar sobrecarga de carboidrato e desconforto gastrointestinal.
Vamos aos géis:
Glicogel (Nutrilatina AGE)
30 g por porção
Sabores: limão, baunilha, banana com açaí e chocolate
Valor energético: 90 Kcal; Carboidrato: 22 g; Sódio: 50 mg; Selênio: 3,1 mcg; Vitamina C: 4,1 mg; Vitamina E: 0,90 mg.
Carbo Energy Gel (Dynamic Lab)
45 g por porção
Sabores: banana, café, guaraná com assai, laranja, morango com banana
Valor energético: 116 Kcal; Carboidrato: 29 g; Sódio: 45 mg; Potássio: 81 mg.
Gu Energy Gel (Mr. Tuff)
32 g por porção
Sabores: Baunilha, chocolate, frutas vermelhas, laranja, lima-limão, morango com banana, manteiga de amendoim, chocolate outrage, triberry, expresso love e jet blackberry
Valor energético: 100 Kcal; Carboidrato: 25 g; Sódio: 50 mg; Potássio: 35 mg; Vitamina C: 60 mg, Vitamina E: 20 mg; Cálcio: 20 mg.
Os sabores morango com banana, limão, chocolate e manteiga de amendoim não contém cafeína.
Os sabores laranja, baunilha, chocolate outrage e triberry contém 20 mg de cafeína por porção.
Os sabores expresso Love e Jet blackberry contém 40 mg de cafeína por porção.
Gu Roctane (Mr. Tuff)
32 g por porção
Sabores: abacaxi, baunilha com laranja, island nectars, chocolate, cereja com limão, romã com mirtilo.
Valor energético: 100 Kcal; Carboidrato: 25 g; Sódio: 125 mg; Potássio: 55 mg; Vitamina E: 9,6 mg; Cálcio: 30 mg; Cafeína 35 mg; BCAA: 1220 mg; Ornitina: 480 mg.
Accel Gel (Pacific Health)
37 g por dose
Sabores: baunilha, limão, chocolate, kiwi com morango, framboesa
Valor energético: 90 Kcal; Carboidrato: 16 g; Proteína: 4 g; Sódio: 90 mg; Vitamina C: 45 mg; Vitamina E: 10 mg.
Carb Boom Energy Gel (Carb Boom)
41 g por porção ou garrafa que equivale a 24 porções
Sabores: framboesa, morango com kiwi, baunilha com laranja, banana com pêssego, maçã com canela e uva com romã
Valor energético: 108 Kcal; Carboidrato: 27 g; Sódio: 50 mg; Potássio:50 mg.
Hammer Gel (Hammer Nutrition)
36 g por porção
Sabores: banana, chocolate, baunilha, laranja, café expresso e sem sabor
Valor energético: 90 Kcal; Carboidrato: 21 g; Sódio: 25 mg; Potássio: 25 mg; AA: Alanina 3 mg, Isoleucina 1,6 mg, Leucina 6 mg, Valina 3 mg.
Sabores Expresso e Tropical contém cafeína, 50 mg e 25 mg respectivamente.
Exceed Energy Gel (Advanced Products)
30 g por porção
Sabores: Açaí com guaraná, baunilha, chocolate, morango com banana, tangerina e frutas vermelhas
Valor energético: 83 Kcal; Carboidrato: 21 g; Sódio: 82 mg; Vitamina C: 4,2 mg; Vitamina E: 0,90 mg
VO2 Max Energy Fuel (IntegralMedica)
30 g por porção
Sabores: Açaí, melão, limão e tangerin
Valor energético: 80 Kcal; Carboidrato: 19 g; Proteína: 1 g; Sódio: 58 mg; Potássio: 13 mg; Cloreto: 3 mg; Vitamina C: 4 mg; Vitamina E: 0,90 mg.
Carb Up Gel com BCAA (Probiótica)
30 g por porção
Sabores: baunilha, chocolate, morango, banana, açaí com guaraná, e laranja
Valor energético: 80 Kcal; Carboidrato: 20 g; Proteína: 1 g; Sódio: 40 mg.
Carb Up Black Gel (Probiótica)
30 g por porção
Sabores: baunilha, morango, açaí com guaraná, e laranja
Valor energético: 72 Kcal; Carboidrato: 18 g; Ácido Pantotênico: 6,1 mg; Vitamina B6: 1,9 mg, Vitamina B2: 0,50 mg; Vitamina B12: 0,15 mg; Niacina: 0,92 mcg; Cafeína: 8,1 mg; Taurina: 93 mg; Glurolactona: 58 mg; Inositol: 4,6 mg.
Power Bar Energy Gel
32 g por porção
Sabores: creme de framboesa, maçã verde, chocolate*, double latte, mirtilo romã e açaí, kona punch, frutas tropicais, tangerina, baunilha, laranja, e banana e morango.
Valor energético: 110 Kcal; Carboidrato: 27 g; Sódio: 200 mg; Potássio: 20 mg
Os sabores frutas tropicais, double latte, maçã verde, chocolate, tangerina, e morango com banana contém cafeína e extrato de chá verde.
* composição nutricional diferenciada - Valor energético: 120 Kcal; Carboidrato: 28 g; Gorduras totais: 1,5 g; Gordura Saturada: 1 g; Sódio: 200 mg; Potássio: 40 mg.
ZV7 Energy Gel (Zipvit)
60 ml por porção
Sabores sem cafeína 51 g de carboidrato: banana, laranja, groselha
Sabores com cafeína 50 g de carboidrato: cereja e groselha
Valor energético: 204 Kcal; Carboidrato: 51 g; Proteína: 0,1 g; Gordura Saturada: 0,1 g; Sódio: 100 mg.
T-Rex Gel (Vitafor)
35 g por porção
Sabores: frutas cítricas e chocolate
Valor energético: 100 Kcal; Carboidrato: 20 g; Proteína: 5 g; Sódio: 200 mg; Potássio: 245 mg; Magnésio: 260 mg; Selênio: 34 mcg; Vitamina E: 10 mg; Vitamina B3: 16 mg; Vitamina B6: 1,3 mg; Vitamina B12: 2,4 mcg; Vitamina C: 45 mg.
Contém taurina (140 mg por porção) e cafeína (12 mg por porção)
Clif Shot Energy Gel (Clifbar)
90% orgânico
34 g por porção
Sabores: baunilha, chocolate*, cítrico, mocca, morango, razz
Valor energético: 100 Kcal; Carboidrato: 24 g; Sódio: 90 mg; Potássio: 55 mg.
* composição nutricional diferente - Valor energético: 110 Kcal; Carboidrato: 22 g; Gordura Total: 1,5 g; Gordura saturada: 1 g; Sódio: 60 mg; Potássio: 80 mg.
Sabores morango e cítrico contém 25 mg de cafeína
Sabor mocca contém 50 mg de cafeína
Sabores chocolate, baunilha e razz não contém cafeína
Clif Shot Turbo Energy Gel (Clifbar)
85% orgânico
34 g por porção
Sabores: chocolate cherry e double expresso
Chocolate - valor energético: 110 Kcal; Carboidrato: 22 g; Fibra: 1 g; Gordura Total: 1,5 g; Gordura saturada: 1 g; Sódio: 60 mg; Potássio: 85 mg.
Double expresso - valor energético: 100 Kcal; Carboidrato: 24 g; Sódio: 60 mg; Potássio: 55 mg.
Ambos os sabores contém 100 mg de cafeína por porção
1 st Endurance Gel (firstendurance)
130 ml por porção (garrafinha)
Sabores: baunilha, frutas silvestres e kona-mocha
Valor energético: 400 Kcal; Carboidrato: 100 g; Cálcio (Calci-K™ calcium complex): 150 mg; Magnésio (Magnachel™ magnesium glycine amino acid chelate): 120 mg; Cloreto: 600 mg; Sódio: 400 mg; Potássio: 295 mg; AA (l-glutamina, leucina, isoleucina e valina): 1000 mg.
Obs:. As informações nutricionais foram retiradas de embalagens e / ou do site das marcas referidas.
Como disse anteriormente, a escolha do gel vai depender de cada um, mas baseando-se na composição nutricional de cada um darei algumas dicas:
·         Em atividades que durem até 2 horas e 30 minutos, dê preferência aos géis que contenham maior teor de carboidrato, isso irá diminuir a quantidade de géis que você terá que levar, baseando-se na recomendação de ingestão deste nutriente por hora de exercício (géis com maior teor de carboidrato conforme composição nutricional: ZV7 Energy Gel, 1 st Endurance Gel e Power Bar Gel).
·         Em atividades de longa duração (acima de 2,5 horas) sugiro a ingestão de géis que contenham carboidratos e proteínas na proporção 4 x 1 (os únicos géis com esta proporção conforme composição nutricional são o T-Rex e o Accel Gel).
·         O sódio é outro componente que merece atenção durante atividades prolongadas, então na hora da escolha, não se esqueça dele (os geís com maior teor de sódio conforme composição nutricional são o Power Bar Gel, T- Rex e 1 st Endurance). 
·         Apesar do consumo de vitaminas, aminoácidos e outros minerais serem importantes para o esportista, não devem ser determinantes para a escolha do gel utilizado durante a atividade física.
·         A cafeína é um ergogênico contido em alguns géis. O consumo de 5mg/kg de massa corporal segundo alguns estudos melhora o desempenho em exercícios de longa distância. Mas atenção, a ingestão de altas doses desta substância ou a ingestão desta por indivíduos que não a consomem normalmente pode causar efeitos colaterais indesejáveis.
Na parte II deste post irei comentar sobre outros suplementos de carboidratos utilizados durante a prática da atividade física, espero vocês!!!!!!
 
Referências bibliográficas: 

American College of Sports Medicine, the American Dietetic Association, and the Dietitians of Canada. Nutrition and Athletic Performance. Can J Diet Prac Res, v.61, 2000. p. 176-192.

SBME. Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação da ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Suplemento. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. São Paulo, v.15, n.2, 2009.  
McARDLE, W.D; KATCH, F.I; KATCH, V.L. Nutrição para o esporte e exercício. 3º edição. Traduzido por Giuseppe Taranto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
 

 

 



A compulsão alimentar

Os hábitos alimentares sofrem alteração durante a vida em razão das mudanças de comportamento do indivíduo. Algumas dessas mudanças podem se transformar em transtornos, tais como a bulimia, a anorexia, o transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP), e outros. Estes necessitam de avaliação, tratamento e acompanhamento de profissionais, como por exemplo, o nutricionista e também o psicólogo. Desta forma, segue uma contribuição da Psicóloga Carla Ribeiro (especialista em obesidade e saúde) quanto aos aspectos psicológicos de caráter informativo para o transtorno de compulsão alimentar periódica.

Alterações nos hábitos alimentares

O indivíduo passa a comer muito e mais rápido que o habitual, consequentemente o que o leva a comer em maior quantidade, e normalmente só para quando não consegue comer mais nada! Este é um dos comportamentos mais comuns ao transtorno de compulsão alimentar periódica.  Cabe ressaltar que nestes episódios de compulsão o indivíduo nem sempre tem fome e come pelo prazer desenfreado lhe causa.
 
Há a perda do controle sobre o poder de decisão diante da escolha entre comer ou não comer, o desjo impera diante da necessidade, que passa a ser secundária. O ato da ingestão ocorre de modo que a pessoa não tem clareza e consciência sobre a quantidade dos alimentos e também sobre o que foi ingerido. A consequência gerada é a culpa em razão da urgência voraz em se alimentar. A partir daí surgem diversos comportamentos para se camuflar esta falta de controle e o embaraço, como por exemplo, evitar a presença em refeições junto com amigos e familiares.
 
O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) é estudado desde 1950 e foi descrito a partir de observações de pacientes obesos, embora também ocorra em pessoas com sobrepeso e com peso considerado normal e saudável. O TCAP tornou-se uma categoria diagnóstica com sua inclusão no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-IV.
 
O transtorno se caracteriza por episódios de compulsão na ingestão de alimentos em grande quantidade em um período de até duas horas. Seus episódios são comuns ao menos duas vezes por semana durante seis meses ao menos, não estão associados ao ato de provocar vômitos e não ocorre durante o curso de anorexia nervosa ou bulimia nervosa.
 
Nestes casos é possível o sentimento de repulsa por si mesmo, a presença de comorbidades, ou seja outros transtornos associados, como por exemplo a depressão, ejaculação precoce e tantos outros transtornos também relacionados à ansiedade. O sofrimento da pessoa pertinente aos comportamentos de compulsão é elevado e significativo, haja vista que a vida social e pessoal podem ficar comprometidas. 
 
É mais comum o desenvolvimento do Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica na fase da adolescência ou no início da vida adulta, também mais comum em mulheres do que em homens, há oscilações de peso e forma corporal, conhecido como o efeito sanfona, pois há grande dificuldade em manter o peso e aderir a habitos alimentares constantes de educação alimentar.
 
Os pacientes com o TCAP, em geral, possuem traços específicos de personalidade, sendo: perfeccionismo, principalmente quanto a forma física; baixa auto-estima; impulsividades e ansiedade; pensamentos dicotômicos, ou seja, “tudo ou nada”, “oito ou oitenta”.

Psicoterapia na compulsão alimentar

Após a ingestão desenfreada de alimentos, o cérebro registra a experiência como algo prazeroso. Então, toda vez que se depara com uma situação estressante, ele recupera essa sensação e pede mais daqueles alimentos. O estabelecimento de um ciclo, caracterizando um comportamento desadaptativo de que comida é uma recompensa para qualquer sensação ruim. 

O objetivo da psicoterapia em casos de transtorno de compulsão alimentar periódica é focal. Deve-se analisar e identificar aspectos cognitivos do problema, traços de personalidade, hábitos alimentares inadequados sob a intenção de intervir e modificar comportamentos compulsivos e disfuncionais. É necessário estimular o paciente a explorar estratégias para manutenção e o controle do peso, reforçando e motivando o tratamento e evitando novas recaídas.
 
Casos de TACP também são encaminhados a um profissional de nutrição para receber orientações específicas, na intenção de receber orientações, tratamento e acompanhamento adequado as necessidades nutricionais de cada indivíduo.
 
Referência bibliográfica:
 
American Psychiatric Association. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Quarta edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995

Leia mais em: http://www.psicologacarla.com

Carboidratos no esporte

Os carboidratos representam a principal fonte de energia utilizada durante a maioria dos exercícios, sejam eles aeróbios ou anaeróbios.

Por ter seus estoques limitados (glicogênio muscular e hepático) sua oferta para esportistas através da alimentação tem como objetivo: aumentar os níveis de glicogênio hepático e muscular, fornecer energia, controlar a glicemia, melhorar a resposta imune, e a recuperação muscular.
 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2009), o consumo de carboidratos por atletas deve corresponder 60 a 70% da necessidade calórica diária, ou seja, se a necessidade calórica diária do atleta é de 2000 Kcal, 1200 ou 1400 Kcal devem vir dos carboidratos.
 
A baixa reserva de carboidrato, pode causar fraqueza, afetar o metabolismo dos aminoácidos, incluindo diminuição nos níveis séricos de BCAA (aminoácidos de cadeia ramificada), facilitar a captação de triptofano, e a formação de serotonina que está relacionada com a indução da fadiga.
 
Sendo assim, se você quer melhorar o seu desempenho e evitar contratempos o consumo adequado de carboidratos é essencial.
 
 
 
 
 

Sódio: quanto devemos consumir?

O sódio é um elemento químico presente no sal de cozinha (cloreto de sódio) e naturalmente encontrado em diversos alimentos.
 
Seu consumo é essencial para o equilibrio ácido-básico, transmissão de impulso nervoso, contração muscular, regulação do fluído corporal, e regulação do ritimo cardíaco.

Embora seja essencial para a nossa saúde, o consumo excessivo deste eletrólito pode aumentar o risco de algumas doenças, como: hipertensão arterial sistêmica, acidente vascular cerebral, câncer de estômago, dentre outras.
 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde o consumo de sódio diário não deve ultrapassar 2 gramas (equivalente a 5 gramas de sal = 2 colheres de café cheias e 1 colher de café rasa). Atletas e crianças não se enquadram nesta recomendação.
 
Para não ultrapassar esta recomendação de consumo, devemos nos atentar na quantidade de sódio presente nos alimentos que consumimos, principalmente os industrializados.
 
Abaixo listo alguns alimentos que são considerados ricos em sódio.
 

 
Vocês imaginavam que um pacotinho de tempero pronto tinha esta quantidade de sódio? e o macarrão instantâneo?
 
Por isso, dê preferência sempre aos alimentos naturais, que contém um teor menor de sódio e carregam com eles outros nutrientes importantes para a saúde.
 
Mas, se for consumir um alimento industrializado compare os rótulos, e dê preferência por aquele que apresentar um menor teor de sódio.
 

Obs:. As informações nutricionais foram retiradas do rótulo dos alimentos e representam algumas marcas, portanto pode haver variação na quantidade de sódio demonstrado de acordo com a marca do produto.
 
 
 
 
 

Dicas nutricionais para hipertensos

Nesta postagem irei dar algumas dicas nutricionais para aquelas pessoas que tem Hipertensão Arterial Sistêmica - a famosa "pressão alta".
 
Mas antes gostaria de definir rapidamente o que é Hipertensão Arterial Sistêmica.
 
De acordo com a VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial, a Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença multifatorial que tem como característica níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA), em valores isto significa: pressão sistólica igual ou superior a 140mmHg ou a pressão diastólica igual ou superior a 90mmHg, ou ambas.
 
Esta doença deve ser tratada assim que descoberta, pois pode desencadear o desenvolvimento de outras doenças, tais como: insuficiência cardíaca congestiva, falência renal e doença vascular períférica.
 
O tratamento da hipertensão arterial envolve duas abordagens: a farmacológica, com uso de drogas anti - hipertensivas (são prescritas apenas pelo médico), e a não farmacológica, que envolve mudanças de estilo de vida que favoreçam a redução da pressão arterial.
 
O tratamento nutricional se enquadra na 2º abordagem, que envolve também a prática de atividade física (prescrita apenas por profissionais capacitados), e o abandono do tabagismo.
 
Agora que já está definido o que significa esta doença e o que ocorre se não for tratatada precocemente, vamos as dicas:
  • Mantenha-se no peso adequado;
  • Aumente o consumo de frutas e vegetais;
  • Utilize queijo, iogurte e coalhada desnatados, e consuma queijo branco;
  • Prefira margarina ou creme vegetal à manteiga, lembrando-se que estes devem ser sem sal;
  • Prefira tempero naturais e alimentos frescos;
  • Nas preparações utilize óleos vegetais (soja, arroz, milho, algodão, canola, girassol ou oliva), porém em pequenas quantidades;
  • Leia sempre o rótulo dos alimentos industrializados e opte por aquele com menor teor de sódio ou cloreto de sódio;
  • Consuma no máximo 2 gramas de sódio por dia (isto é equivalente a 2 pacotinhos daqueles servidos em restaurantes por dia), incluindo o de adição e o utilizado no preparo dos alimentos;
  • Consuma alimentos ricos em potássio e magnésio, como: inhame, feijão preto, lentilha, abóbora, cenoura, chicória, couve-flor, vagem, espinafre, nabo, rabanete, abacate, banana, ameixa, laranja, mamão, maracujá, couve, salsa, pão integral, nozes e amêndoas.
Evite:
  • Carnes gordas (picanha, fraldinha, acém, capa de filé, filé de costela, contrafilé, ponta da agulha, braço, pá ou paleta, aba de filé e pescoço, frango com pele, miúdos do frango) e frituras;
  • Enlatados e conservas;
  • Embutidos: linguiça, mortadela, salame, calabresa....;
  • Carnes salgadas e/ou defumadas: carne-seca, bacalhau, toucinho, bacon....;
  • Temperos prontos, sopas desidratadas, macarrão instantâneo;
  • Molhos industrializados: maionese, catchup, mostarda e outros condimentos com adição de sal, como molho shoyo, molho inglês, molhos prontos para salada;
  • Adoçantes a base de sacarina sódica e ciclamato de sódio.
Use com moderação:
  • Bebidas à base de cafeína.
Não se esqueçam, as informações aqui contidas não substituem uma consulta nutricional!!!!!!!

Referência bibliográfica
 
COSTA, R.P; SILVA, C.C. Doenças Cardiovasculares. In: CUPPARI, L. Guia de Nutrição: nutrição clínica no adulto. 2.ed. Baruer, SP: Manole, 2005. p.299-304.
 
ESCOTT-STUMP,S. Nutrição Relacionada ao Diagnóstico e Tratamento. 5º ed. Barueri, SP: Manole, 2007. p.249-251.
 
LEÃO, L.S.C.S; GOMES, M.C.R. Manual de Nutrição Clínica para Atendimento Ambulatorial do Adulto. 10.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. p.141-42.
 
Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51.
 
 
 


     

Saiba a quantidade de açúcar embutida em alguns alimentos

Você sabia que o açúcar refinado não tem nenhum nutriente? E que o consumo elevado deste tipo de alimento, além de contribuir para o aumento de peso traz outros prejuízos a nossa saúde, como cáries, doenças cardiovasculares, diabetes, dentre outras?
 
 
Pensando nisto listei alguns alimentos aparentemente inofensivos quando falamos de excesso de açúcar, para que você possa comparar e melhorar as suas escolhas alimentares.

 
Note que alguns alimentos que estão listados acima são recomendados para que se tenha uma alimentação saudável (iogurte, cereal matinal, barra de cereal), porém quando queremos reduzir a quantidade de açúcar ingerida no dia devemos optar por exemplo, pela barra de cereal sem chocolate, pelo iogurte de frutas desnatado e pelo cereal matinal sem açúcar.
 
Outra informação importante é o quanto podemos consumir de açúcar por dia para que não seja considerado excesso.
 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde o consumo diário de açúcar não deve ultrapassar 10% do valor calórico total consumido, ou seja, uma pessoa que consome 2000 Kcal ao dia deve consumir no máximo 200 Kcal provenientes do açúcar.

Bom, considerando que uma colher de chá cheia tem 20 Kcal esta pessoa poderia consumir até 10 colheres de chá de açúcar ao dia. Utilizando os alimentos relacionados acima, se ela comer 1 fatia pequena de bolo industrializado ela já estará ingerindo 7 colheres de chá de açúcar, e se consumir o bolo junto com o suco industrializado ela ultrapassará a quantidade máxima de consumo diário.

Para diminuir este consumo de açúcar sugiro a substituição dos industrializados pelos naturais, ou por aqueles com um teor menor de açúcar, diminuindo assim o risco do desenvolvimento dessas doenças e melhorando nosso hábito alimentar.


Obs:. As informações nutricionais foram retiradas do rótulo dos alimentos e representam algumas marcas, portanto pode haver variação na quantidade de açúcar demonstrado de acordo com a marca do produto.