Rotulagem Nutricional


Hoje em dia a variedade de produtos presentes nas pratileiras dos hipermecados é imensa, e vire e mexe ficamos indecisos na hora da compra, surgindo a seguinte pergunta: Qual produto levar?

Bom, se formos pensar em saúde, em alimentação saudável, eu digo, que devemos comprar aqueles  que contém: menos açúcar, menos gordura e menos sódio.

Mas como vou saber qual produto tem menos açúcar, menos gordura e menos sódio?

A resposta é simples: olhando a rotulagem nutricional e comparando os produtos entre si.

Para facilitar o entendimento, segue abaixo algumas informações úteis sobre a rotulagem nutricional e o que deve ser observado na hora da compra:

O que é rotulagem nutricional?

É tudo que está descrito nos rótulos dos alimentos com intuito de informar os consumidores sobre suas propriedades nutricionais.

Os rótulos devem apresentar: a marca do produto, sua descrição, os ingredientes, a pesagem, as informações nutricionais, a data de fabricação e validade, o local de fabricação e o código de barras.
Todos os alimentos produzidos e comercializados que são prontos para o consumo e são embalados sem a presença do cliente, devem possuir rotulagem.

Alguns itens, segundo a ANVISA, são obrigatórios nas informações nutricionais, sendo: tamanho da porção, valor calórico, % VD, carboidrato, proteína, gorduras totais, gordura saturada, gordura trans, fibras e sódio.
Tamanho da porção: é definido pelo fabricante e está expresso em gramas e medidas caseiras;
Valor calórico: significa quantas calorias têm esta determinada porção;
 
 
Percentual de Valores Diários (% VD): é um número em percentual que indica o quanto o produto em questão apresenta de energia e nutrientes em relação a uma dieta 2000 calorias.
 
 
A gordura trans foi incluída na rotulagem recentemente por estar fortemente associada (se consumida em excesso) com o risco aumentado de desenvolvimento de doenças do coração. Seu consumo deve ser limitado a, no máximo, 2 gramas por dia.
 
Assim como as informações nutricionais, a lista de ingredientes também pode auxiliar o consumidor na escolha do alimento, pois, os ingredientes são expressos na embalagem em ordem decrescente, ou seja, do ingrediente que está presente em maior quantidade no produto, para o que está presente em menor quantidade.
 
Observe antes da compra:
• Condições da embalagem – não compre alimentos com embalagens estufadas, amassadas, enferrujadas, rasgadas, furadas, abertas e com sinais de alteração;
 

• Prazo de validade dos alimentos – ele se refere ao tempo médio que um alimento demora para se deteriorar;
 

• Informações nutricionais - dê preferência pelos alimentos / produtos com menor teor de gorduras, açúcares (carboidratos) e sódio;
 

• Lista de ingredientes;
 

• Como preparar e como conservar depois de aberto.

Agora que você já sabe como escolher os melhores produtos, vamos as compras!!!!
 

Nutrição na gestação (Parte I)

A gestação é um período de grandes transformações na vida da mulher. Seu corpo se modifica, os hormônios estão alterados, e o sentimento está a flor da pele. A preocupação com o futuro, com o corpo, com o desenvolvimento do bebê, com o parto, faz com que as futuras mamães, na maioria das vezes, esqueçam de um ítem extremamente importante chamado: ALIMENTAÇÃO. Neste período a necessidade energética (quantidade necessária de calorias), e da maioria das vitaminas e minerais que deve-se consumir são maiores, porém mais importante que a quantidade de nutrientes consumidos, é a qualidade destes nutrientes. A alimentação da gestante deve conter todos os grupos alimentares (carboidrato, proteína, frutas, verduras, leite e derivados e gorduras) nas quantidades adequadas para esta fase, pois a deficiência ou o excesso de algum nutriente, pode influenciar a saúde fetal e materna a curto ou longo prazo.

Para facilitar o entendimento vou listar abaixo os macronutrientes que fazem parte dos grupos alimentares e que são indispensáveis para o desenvolvimento fetal saudável:




Carboidratos: Fonte de energia para o organismo, o carboidrato contribui para o ganho de peso materno, crescimento fetal, nível de glicose sanguínea materna apropriado, e prevenção da cetose (processo que ocorre quando é utilizado a gordura, na falta do carboidrato, para gerar energia). É recomendado que a gestante consuma entre 135 e 175 g deste nutriente ao dia, dando preferência aos tipos integrais, que além de serem mais saudáveis, contribuem para o bom funcionamento intestinal quando associado ao consumo adequado de líquidos.
Apesar da importância deste nutriente, o excesso no seu consumo durante a gestação faz com que a criança tenha maior peso ao nascer e maior risco para o desenvolvimento de obesidade no futuro.
Principais fontes: pães, massas, cereais, arroz, batata, mandioquinha, mandioca, farinhas...

Proteínas:  Durante a gestação contribuem para o crescimento fetal, da placenta e dos tecidos maternos. Sua ingestão deve ser aumentada de acordo com o período gestacional em 1g (1º trimestre), 9g (2º trimestre) e 31g/dia (3º trimestre). Mas atenção!!! este adicional proteico deve ser alcançando através dos alimentos, pois a dieta hiperproteica (com excesso de proteínas) decorrente de suplementos alimentares durante a gestãção está associada a óbito neonatal.

Principais fontes: carnes (bovina, aves, peixes), ovos, leite e derivados e leguminosas (feijões, soja, amendoim, ervilha, lentilha).
 
Lipídios: Assim como a proteína e o carboidrato, o lipídio também contribui para o crescimento fetal, além de estar envolvido na formação das estruturas útero-placentárias, no desenvolvimento do sistema nervoso do feto e na sua acuidade visual. Não existe recomendação de consumo deste nutriente específica para a gestação, sendo adotada a mesma utilizada para a população adulta, ou seja, entre 15 a 30% do valor calórico total ingerido.
 
O consumo de gorduras pela mãe, antes, durante e após gestação (período de lactação) deve ser controlado. Vários estudos demonstram que o consumo excessivo deste nutriente durante estes períodos, bem como, no início da vida, pode promover alterações fetais, influenciando o metabolismo lipídico, alterando as preferências alimentares, aumentando os riscos de obesidade e suas co-morbidades durante a vida adulta. É importante ressaltar, que não é somente o excesso de gordura saturada e trans que é prejudicial a saúde fetal, a gordura insaturada (aquela proveniente do azeite de oliva, das oleaginosas, dos peixes, do abacate...) quando consumida em excesso pela mãe durante a gestação também pode causar alterações no feto, portanto mamães sem exageros!!!!!!

Os grupos alimentares são compostos também de micronutrientes, que assim como os macronutrientes são importantes para o desenvolvimento fetal e saúde materna, por isso não deixem de vizualizar a parte II desta postagem, onde falarei sobre a importância dos micronutrientes na gestação.

Espero vocês!!!!!!


Referências:

ACCIOLY, E; NEVES, E.Q.C; SAUDERS, C. Recomendações nutricionais na gestação. In: ACCIOLY, E; SAUDERS, C; LACERDA, E.M.A. Nutrição em obstetricía e pediatria. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 2.e.d;

CHEN H, SIMAR D, LAMBERT K et al .Maternal and postnatal overnutrition differentially impact appetite regulators and fuel metabolism. Endocrinology. 2008; 149(11): 5448-56;

SRINIVASAN M, KATEWA S.D, PALANIYAPPAN A et al. Maternal high-fat diet consumption results in fetal malprogramming predisposing to the onset of metabolic syndrome-like phenotype in adulthood. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2006; 291: E792-99;

KODAS E, GALINEAU L, BODARD S et al. Serotoninergic neurotransmission is affected by n-3 polyunsaturated fatty acids in the rat. Journal of Neurochemistry. 2004; 89: 695-702.